segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Opinião do DC: Cidadania sitiada

Eliésio (PM) Luiz Henrique e Benedet: O que esses dois últimos têm a fazer é viajar menos e trabalhar mais

O número de furtos e assaltos a residências em Florianópolis tem aumentado com rapidez preocupante, conforme revelam os registros da Polícia Civil. No ano passado, foram 2.392 as queixas, média mensal de 199,3 ocorrências. Em janeiro deste ano, até sexta-feira, os registros de ocorrência deste crime chegavam a 398. Reportagem publicada em nossa edição dominical ouviu relatos de diversas pessoas que tiveram suas casas invadidas e seus bens furtados. Costuma-se dizer que, nas cidades, poucos pais de família conseguem dormir tranquilos quando os filhos saem à noite. Hoje, nem a presença dos filhos em casa assegura um sono restaurador para muitos deles.

Um estudo realizado em parceria pelo IBGE e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que o custo da violência no país chegou a R$ 92,2 bilhões, valor correspondente a 5,09% do PIB. Deste total, o setor privado arcou com R$ 60,3 bilhões, aí computados gastos com segurança particular (R$14,3 bilhões) e seguros (R$12,7 bilhões).

Mencione-se, por justo e necessário, que a polícia de Santa Catarina, a Civil e a Militar, tem se esforçado para fazer a sua parte. Mas, apesar dos recentes investimentos em contratações e equipamento, ainda há carências de recursos humanos e materiais. Além disso, a escalada da violência e da criminalidade no país também tem causas socioeconômicas, relacionando-se, ainda, com a brandura da lei em relação aos criminosos e com o inchaço e a desordenada ocupação dos espaços urbanos. Enquanto a delinquência anda à solta nas ruas, os cidadãos, que pagam pelo que não recebem, continuam como prisioneiros do medo.


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