quarta-feira, 18 de maio de 2011

Palocci só fica no cargo se ceder às exigências dos que querem derrubá-lo; logo, o melhor que tem a fazer é sair, ou o governo vira refém

Há duas coisas sobre Antonio Palocci que são bastante relevantes. A primeira, que diz respeito ao futuro do país, é a seguinte: ele agora está nas mãos de seus inimigos. De quais inimigos? Os da oposição? Não! Ela não tem nada com isso. Está nas mãos de seus inimigos dentro do PT. Como se estabeleceu um cordão sanitário em torno de sua empresa, quem quer que tenha entregado o serviço à imprensa — que cumpriu o seu papel ao noticiar informação confirmada — sabe mais. Atenção: a dinâmica agora dependerá do comportamento de Palocci e de ele ceder ou não ao pleito de seus adversários petistas. Palocci perde autonomia, e, por conseqüência, o governo Dilma também.

No que diz respeito ao futuro, essa é a questão relevante. A melhor forma de blindar o governo Dilma daqueles que querem chantagear Palocci é o ministro ser dispensado, ou se dispensar, de suas atuais funções. Isso que estou escrevendo é de uma obviedade acachapante. Eu até posso achar que Palocci, dadas as alternativas, é um “quadro” preferível a quase tudo o que o PT oferece, mas, para tanto, ele não pode ser refém daqueles que têm pleitos até agora não-atendidos. Que o jogo é pesadíssimo, bem, disso não resta dúvida.

A segunda questão

A segunda questão nos fala um pouco mais de Palocci. Considerar que os R$ 7,5 milhões é o total que Palocci ganhou com sua “empresa” de consultoria me parece um pouco ingênuo. Um consultor caro como o ministro certamente não botaria todos os ovos num cesto só, certo? Tenho pra mim que só compra apartamento de R$ 6,6 milhões — que não tem, exatamente, grande liquidez por motivos óbvios — quem tem bem mais do que isso. Não é uma acusação; é só uma ilação lógica. As pessoas não costumam torrar toda a grana de que dispõem numa casa ou apartamento. Sempre deixam um dinheiro para o caso de aperto. Quando a coisa atinge esses valores, suponho, os milionários como Palocci buscam diversificar os investimentos.

Assim, parece-me razoável supor que Palocci acumulou, com suas “consultorias”, muito mais do que os R$ 7,4 milhões dos dois imóveis. Precisa se precaver de seus inimigos internos, né? Tucanos, democratas e a turma do PPS não quebram, por exemplo, sigilo fiscal de ninguém. Já alguns petistas… Palocci sabe como ninguém que petismo e sigilo — fiscal e bancário — não combinam.

Quanto dinheiro você teria de ter guardado para torrar R$ 6,6 milhões num único apartamento?

Por Reinaldo Azevedo


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2 comentários:

Rhubia disse...

que bosta é essa que não entra um comentário

Rhubia disse...

Vamos fazer uma lista de supostos malas que há no Brasil: me ajude se puder...

fernando henrique cardoso?;
fernando collor?;
Antonio Palocci?;
josé sarney;?
...
...
quem mais? complete a lista comigo...

ou foram só os integrantes do partido do pt???

lula recolheu do cofre público??

dilma??

michel temer?

quem? quem mais??