quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Opinião - Polêmica sobre revogação da Anistia pode derrubar Tarso e atrapalhar reengenharia das Forças Armadas

Jorge Serrão

Se Tarso Genro insistir publicamente na tese revanchista da punição aos militares acusados de “torturadores”, o chefão Lula será obrigado a substituí-lo no Ministério da Justiça. O recado já foi passado a Tarso, com a “recomendação” de encerrar a polêmica. A previsão de sua queda já circula com intensidade no Forte Apache (Quartel General do Exército em Brasília). Hoje à tarde, um seminário no Clube Militar, no Rio de Janeiro, bota mais combustível na questão da Lei de Anistia – considerada “imexível” e inegociável pelos militares. Oficiais da reserva serão os porta-vozes do descontentamento das Legiões.

A reação produzida pelos revanchistas no meio militar já corre o risco de atrapalhar a divulgação do novo Plano de Defesa Nacional, no próximo 7 de setembro Tanto que corre o risco de ser adiado o anúncio da prometida e também polêmica reengenharia das Forças Armadas. A mudança não tem o completo aval dos Estados Maiores militares que se recusaram a propor a reestruturação mais radical pedida pela equipe de Lula, três anos atrás. O Palácio do Planalto teme que o assunto alimente uma crise militar em gestação.

A reforma geral do Exército, Marinha e Aeronáutica – com o enxugamento de cargos de oficiais generais e a redução de postos de comando, dando mais poder aos coronéis – seria divulgada no “Dia da Independência” pelos ministros Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) e Nelson Jobim (Defesa). Mas o impacto da polêmica alimentada pelo tenente R/2 de Artilharia EB Tarso Genro pode levar o desgoverno Lula a um “recuo estratégico” na questão. Só seria divulgado o novo plano de ocupação das fronteiras. As mudanças mais radicais ficariam para depois.

A temperatura dessa crise deve subir hoje à tarde. Em contra-ofensiva à mesa redonda promovida por Tarso, semana passada, questionando a lei de anistia, será realizado hoje, no Clube Militar, no Rio de Janeiro, das 14h30 às 17h30, o encontro intitulado "A lei da anistia, alcance e conseqüências". O evento terá palestras do ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça e Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, Waldemar Zveiter, do General Sérgio de Avellar Coutinho (autor do livro "A Revolução Gramcista no Ocidente") e do advogado Antônio José Ribas Paiva.

O advogado vai defender publicamente a tese de que o Ministério Público Federal tem que pedir punição aos integrantes do desgoverno Lula com fortes indícios de ligações ou associações com os narcoguerrilheiros ou terroristas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Antônio Ribas também acha que merecem punição os dirigentes políticos, simpatizantes ideológicos ou entidades que aparecem como financiadores das FARC nos e-mails do falecido comandante Raúl Reyes. Alerta Total
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