quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Uma bandida a menos: Cai Erenice Guerra

Erenice foi: Falta demitir os ratos da Receita Federal do PT, o ministro da Fazenda, e mais um monte

Sucessora da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, não resistiu às denúncias de tráfico de influência e lobby envolvendo seu filho

Erenice Guerra não é mais a ministra-chefe da Casa Civil. A sucessora da candidata do PT, Dilma Rousseff, não resistiu às denúncias de tráfico de influência e lobby envolvendo seu filho, Israel Guerra e pediu demissão nesta quinta-feira, 16. A decisão da agora ex-ministra foi divulgada à tarde através de um comunicado oficial à imprensa lido pelo porta-voz da Presidência. A secretária de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Miriam Belchior, deve ser apontada como a nova ministra.

O empresário Rubnei Quicoli afirmou ao Estado nesta quinta-feira que a Casa Civil é palco de lobby e que a empresa do filho da ministra Erenice Guerra cobrou 5% da ERDB do Brasil Ltda. para conseguir um financiamento de R$ 9 bilhões junto ao BNDES. "Foi a maior patifaria o que fizeram. Fizeram terrorismo", disse. A própria ministra, segundo ele, participou de uma reunião no ano passado. O empresário enviou os documentos ao Estado.

Segundo Quicoli, em meio às negociações com os intermediários em Brasília, foi pedido ainda o valor de R$ 5 milhões para ajudar na campanha da presidencial de Dilma Rousseff (PT). "Eu disse que não podia por tudo junto numa mala. E que precisava de nota fiscal de uma empresa como prestadora de serviço", afirmou. O pedido de dinheiro para a campanha, de acordo com Quicoli, foi feito pelo ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antonio de Oliveira.

A intermediação do filho de Erenice nesse episódio foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira. O empresário Rubnei Quicoli contou ao Estado que a EDRB do Brasil Ltda. buscava um empréstimo junto ao BNDES para viabilizar um projeto de energia solar que estava parado desde 2002. Consultor da EDRB, Quicoli disse que a Casa Civil deu a orientação para procurarem a Capital Assessoria, empresa em nome de Saulo Guerra, filho de Erenice, mas que é comandada por outro filho da ministra, Israel. Foi feita então a minuta de um contrato, no valor de R$ 240 mil, mais o percentual de 5% sobre os R$ 9 bilhões.

De acordo com o empresário, a própria Erenice participou de uma reunião na Casa Civil com os representantes da EDRB em novembro do ano passado. A reunião, segundo ele, foi agendada por Vinicius Castro, ex-assessor da Casa Civil e cuja mãe é sócia da Capital Assessoria. Vinicius pediu demissão no início da semana.

Segundo Rubnei Quicoli, as negociações com a empresa de Israel Guerra foram desfeitas em março sem que o empréstimo do BNDES tivesse sido concedido. Na edição desta semana, a revista Veja mostrou que a Capital Assessoria atuou também no ramo de transporte de carga aérea. Estadão Online

A carta de “demissão” da Dilma da Dilma

Senhor Presidente.

Nos últimos dias, fui surpreendida por uma série de matérias veiculadas por alguns órgãos da imprensa, contando acusações que envolvem familiares meus e ex-servidor lotado nessa pasta.

Tenho respondido uma a uma, buscando esclarecer o que se publica e, principalmente, a verdade dos fatos, defrontando-me com toda sorte de afirmações, ilações ou mentiras que visam desacreditar meu trabalho e atingir o governo ao qual sirvo.

Não posso, não devo e nem quero furtar-me à tarefa de esclarecer todas essas acusações e nem posso deixar qualquer dúvida pairando acerca da minha honradez e da seriedade com a qual me porto no serviço público. Nada fiz ou permiti que se fizesse ao longo de 30 anos de minha trajetória publica, que não tenha sido no estrito cumprimento de meus deveres.

Prova irrefutável dessa minha postura é que já solicitei à Comissão de Ética abertura de procedimentos para esclarecimentos dos fatos aleivosamente contra mim levantados.

A Controladoria Geral da União, a auditação dos atos relativos à Anac, dos Correios e da contratação de parecer jurídico na EPE, além de solicitar ao Ministério da Justiça a abertura dos procedimentos que se fizerem necessários no âmbito daquela pasta para esclarecer os citados fatos.

No entanto, mesmo com todas medidas por mim adotadas, inclusive com a abertura de meus sigilos bancário, telefônico e fiscal,a sórdida campanha para desconstituição da minha imagem, do meu trabalho e da minha família continua implacável.

Não apresentam uma única prova sobre minha participação em qualquer dos pretensos atos levianamente questionados, mas, mesmo assim, estampam diariamente manchetes cujo único objetivo é criar e alimentar artificialmente um clima de escândalo. Não conhecem os limites.

Senhor presidente, por ter formação cristã, não desejo nem para o pior de meus inimigos que venha a passar por uma campanha de desqualificação como a que se desencadeou contra mim e minha família.

Preciso agora de paz e tempo para defender a mim e à minha família, fazendo com que a verdade prevaleça, o que se torna incompatível com a carga de trabalho que tenho a honra de desempenhar na Casa Civil.

Por isso, agradecendo a confiança de Vossa Excelência ao designar-me para honrosa função de ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, solicito, em caráter irrevogável, que aceite meu pedido de demissão.

Cabe-me daqui por diante, a missão de lutar para que a verdade dos fatos seja restabelecida.

Brasília, 16 de setembro de 2010.

Erenice Guerra


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