Algumas telas do game Rapelay: No nosso tempo usávamos os famosos "catecismos" e imaginação
Carlos Alberto Di FrancoTudo começa numa estação do metrô, onde o jogador encontra uma mulher e começa a molestá-la. Os estupros ocorrem primeiro no trem e depois num parque da cidade. Se o criminoso conseguir fotografar a vítima nua e chorando, ele tem acesso às duas filhas da vítima, também as violenta e, depois, obriga todas a abortarem.
Se o leitor imagina que estou relatando mais um caso escabroso de crime sexual, errou. Trata-se de uma reportagem, dura e dramaticamente verdadeira, sobre o mercado informal de entretenimento. Renato Machado, repórter do Estado, radiografou o conteúdo e a comercialização de games vendidos livremente na internet e nas ruas de São Paulo.
A reportagem do jornal encontrou o jogo japonês para computador, Rapelay, nos catálogos de pelo menos cinco vendedores ambulantes que trabalham na região das Ruas Santa Ifigênia e Timbiras, no centro de São Paulo. O Rapelay foi produzido em 2006 pela empresa japonesa Ilusion e no fim do ano passado chegou a outros países. Os jogos podem facilmente ser baixados pela internet, em sites de compartilhamento.
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Carlos Alberto Di Franco, diretor do Master em Jornalismo, professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra
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