O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decidiu comprar uma considerável briga com o presidente-metalúrgico Lula da Silva e com boa parte da bancada petista de 90 deputados.
O comportamento de Chinaglia teve origem, especialmente, no sonho frustrado de concorrer à prefeitura de São Paulo. Numa manobra bem sucedida elaborada no gabinete do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o PT negou a legenda a Chinaglia em favor da ministra do Turismo, Marta Suplicy.
A puxada de tapete teve a conivência do Movimento PT - facção da qual faz parte Chinaglia - e a participação de expoentes companheiros como Tarso Genro (ministro da Justiça) e José Eduardo Cardoso, deputado federal que também sonhava em comandar a maior capital da América do Sul.
Jogo pesado
Frustrado, Arlindo Chinaglia resolveu endurecer e se aliar à maior bancada da Câmara, mais precisamente ao bloco comandado pelo líder Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que dá as cartas nas comissões técnicas da Casa.
O descontentamento dentro do PT estaria atingindo 90% da bancada, na contagem do deputado Carlito Mers (SC), que não esconde mais o desprezo por Arlindo. “Deveríamos ter apoiado o Aldo (Aldo Rebelo, PCdoB-SP) para a presidência”, arrepende-se.
Arlindo Chinaglia tem provocado os companheiros até nas votações. Tem sido paciente com o tempo dos discursos da oposição, e evita colocar sua autoridade para acelerar a votação das medidas provisórias. Essa paciência deliberada faz as sessões se arrastarem por horas seguidas.
Chinaglia tem sido eficiente também em protestar veladamente contra o número de medidas provisórias. Alterar o rito de tramitação das MPs é algo que o governo não pensa em fazer, mas tem um adversário que pode colocar areia no projeto governista. Ucho.info
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(*) Ucho Haddad Após décadas de jornalismo, a maior parte do tempo dedicado
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