De acordo com reportagem do Estado publicada hoje, Cunha lidera uma bancada de pelo menos 22 deputados, não apenas do PMDB, mas também de partidos como o PSC. Em sua carta, Serraglio confirmou que Cunha adota práticas fisiológicas no esquema toma-lá-dá-cá.
"Na apreciação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), durante meses a fio, o PMDB foi reportado como impondo barganha por cargo em Furnas. Sem a nomeação, o relatório não sairia. Na reunião do Conselho Político, no dia 24, o presidente Lula reclamou que o deputado Eduardo Cunha reteve por três meses o parecer, levando à derrubada da CPMF. Com certeza, o presidente não esperava isso de um partido da base", escreveu Serraglio.
No documento, Serraglio criticou a concentração de poder nas mãos de Cunha. Ele lembrou que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) virou uma espécie de bancada do grupo. A CCJ já foi presidida pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), fiel escudeiro de Cunha. Na ocasião, Picciani, "agradecido, nomeou Cunha para a relatoria da CPMF". Hoje, a CCJ é presidida pelo próprio Cunha que, em retribuição, concedeu a Picciani duas das mais importantes relatorias da comissão: a da reforma tributária e a que trata das medidas provisórias (MPs).
Eduardo Cunha: Esse cara é o bicho mais safado que existe no Congresso
Ao tomar conhecimento da carta, Eduardo Cunha ameaçou processar Serraglio e negou qualquer concentração de poder. Segundo ele, sua única indicação foi a de Luiz Paulo Conde para a presidência de Furnas. Ele disse também que não lidera grupo nenhum e que as indicações para as comissões da Câmara foram feitas pelo líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN). Estadão On Line
Nenhum comentário:
Postar um comentário