O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) defendeu nesta quinta-feira (27) a convocação do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ao Senado para esclarecer quais as providências que vêm sendo adotadas pelo Executivo para o combate à dengue. Em seu discurso, o senador exibiu dados do Ministério da Saúde que apontam o aumento do número de casos da doença em todas as regiões do país, no período de 2004 aos três primeiros meses de 2007.
- Como médico, estou estarrecido com a desfaçatez das autoridades, como se o povo não tivesse direito a informações - disse Mozarildo, lembrando que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução de doenças, conforme assegura a Constituição.
De acordo com Mozarildo, um informe epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que na região Norte foram notificados 32 mil casos de dengue em 2004, 43 mil, em 2005, 33 mil, em 2006 e 50 mil casos em 2007.
No Nordeste, foram 37 mil casos em 2004, contra 127 mil em 2005, 105 mil, em 2006 e 148 mil, em 2007. No Sudeste, foram 31 mil casos em 2004, 35 mil, em 2005, 141 mil, em 2006 e 198 mil, em 2007. No Sul, ocorreram 419 casos em 2004, 5 mil em 2005 e o mesmo número de casos em 2006, contra 50 mil casos em 2007. Já no Centro-Oeste, notificaram-se 15 mil casos em 2004, 37 mil, em 2005, 60 mil, em 2006 e 111 mil casos em 2007.
O documento também aponta que a dengue provocou o total de 103 mortes no Brasil, em 2004, contra 463 em 2005, 682 em 2006, chegando a um total de 1.541 vítimas fatais no primeiro trimestre de 2007.
Mozarildo avaliou que o avanço da dengue é resultado do "desleixo e da incompetência" dos governos federal, estaduais e municipais, mas, sobretudo, do federal, que teria centralizado as ações na Fundação Nacional de Saúde, "inclusive fazendo de conta que exerce um trabalho que não faz".
O senador pelo PTB de Roraima disse que fez questão de apresentar os dados a partir de 2004 para evitar a alegação, por parte do atual governo, de que os números do Ministério da Saúde são uma "herança maldita" do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Em aparte, os senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Mão Santa (PMDB-PI) manifestaram apoio a Mozarildo Cavalcanti. Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que os números apresentados pelo senador constituem um "alerta importante" para o país. Agência Senado
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