Num discurso duro e com menções aos principais escândalos que atingiram membros do alto escalão do governo Lula, como a queda do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que a denúncia publicada nesta sexta-feira, 28, pelo jornal Folha de S.Paulo, informando que a principal assessora da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, a advogada Erenice Guerra, foi quem ordenou o levantamento de gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso "é um crime muito grave e o dossiê é um documento espúrio, criminoso".
O líder do PSDB no Senado disse que o levantamento de dados do ex-presidente FHC, de sua mulher Ruth Cardoso e de ex-ministros de sua gestão, "representa um dossiê criminoso". E lembrou que a quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa custou o cargo "de Antonio Palocci, um dos mais importantes ministros do governo Lula". Ao dizer que a ministra Dilma poderia se "passar por tola e dizer que não sabia de nada", lembrou a queda de Palocci: "Um dos grandes ministros da Fazenda deste País caiu pela abertura do sigilo bancário de um caseiro, não importa se foi um caseiro, poderia ter sido do doutor Antonio Ermírio, a quebra do sigilo foi crime e o Palocci caiu."
No discurso feito na tribuna do Senado, no início da tarde desta sexta-feira, Virgílio classificou a ministra da Casa Civil de "aloprada". "Não tem essa história de que tem aloprado, ela é aloprada, aconteceu o alopramento da ministra Dilma, ela não pode dizer que não conhecia isso, não podemos cultuar essa república do 'eu não sabia', o documento saiu da doutora Erenice, não saiu de nenhum adversário dela do PT, saiu da Casa Civil", disse o líder, numa referência ao presidente Lula ter chamado de "bando de aloprados" os petistas que teriam encomendado a compra de um dossiê contra tucanos e que levou a disputa das eleições presidenciais de 2006 para o segundo turno.
Ainda no discurso, Virgílio disse que a ministra que cuida do PAC não é capaz de tomar conta da Casa Civil. "Coitado do PAC, não vai a lugar nenhum. O fato é extremamente grave, não tem a menor importância se tem guerra interna no PT, não acredito que ninguém no PT esteja levando a candidatura dela a sério". E disse que depois da divulgação da matéria da Folha, o mínimo que poderia ocorrer é "a Dilma se dirigir à CPI para explicar os fatos". E pediu intervenção da Polícia Federal para investigar o fato na Casa Civil.
O líder tucano no Senado insistiu que não iria entrar na discussão de guerra interna (no Partido dos Trabalhadores) para impedir a candidatura da ministra Dilma (à sucessão presidencial de 2010). E voltou aos ataques: "Que candidatura, qual pessoa neste País que pode levar a sério a candidatura da ministra Dilma? Candidata a quê, ela não foi candidata a síndica, a prefeita ou a coisa alguma. Quando Lula insinua que ela é candidata, me parece que é ele quem não abre mão de disputar o tal terceiro mandato." Estadão On Line
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(*) Ucho Haddad Após décadas de jornalismo, a maior parte do tempo dedicado
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