quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

MPF quer cobrar condenação de advogado do PP


Gley Sagaz deveria ter começado a cumprir sentença em agosto do ano passado

O Ministério Público Federal (MPF) requereu ao juiz da Vara Federal de Lages que intime o advogado Gley Sagaz, do PP, a cumprir a sentença que lhe foi imposta em maio de 2006: prestar serviços comunitários no Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital, depois de condenado por falsidade ideológica.

Em 2003, o advogado Gley Sagaz teria declarado que era hipossuficiente, ou seja, que não teria recursos para arcar com as custas judiciais em ação trabalhista.

A pena deveria começar a ser cumprida em agosto do ano passado, mas até segunda-feira, dia 25 de fevereiro, Gley não havia se apresentado, por isso a decisão do MPF de comunicar a Justiça Federal.

A ação tramita em Lages, cidade onde Gley atuava enquanto funcionário da Celesc. Hoje está aposentado pela estatal. O processo iniciou em março de 2003 e a execução deveria ser cumprida na Capital, onde o advogado reside.

A condenação inicial previa um ano de reclusão. Foi transformada mais tarde em pena restritiva de direito: Gley poderia cumprir uma hora diária de serviços comunitários durante um ano no Hospital Infantil. Também foi condenado a pagamento de multa e prestação pecuniária no valor de R$ 651,57. As custas judiciais foram de R$ 297,95.

A publicidade do processo por falsidade ideológica contra o advogado do PP é mais uma ação da bancada governista na Assembléia Legislativa, que promete apresentar mais detalhes nesta quarta-feira, durante a sessão plenária, que começa às 14h.

Na semana passada, deputados do PMDB e PSDB levaram à tribuna informações de que Gley teria lesado os cofres públicos ao reclamar horas extras em demasia quando trabalhava na Celesc.

A intenção dos governistas é mostrar que o advogado - que representa a Coligação Salve Santa Catarina na ação contra o governador Luiz Henrique, em Brasília - não teria moral para buscar a cassação do governador.

É também uma reação às declarações de Gley Sagaz que, durante o programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, teria interpelado o deputado Edson Piriquito (PMDB) de que estaria indo a Brasília "comprar ministros" do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Naquela oportunidade, Gley também teria dito que o processo contra o governador era obra sua, para afastar a participação do ex-governador e segundo colocado na eleição Esperidião Amin (PP).

Na noite desta quarta-feira, o advogado Gley Sagaz foi encontrado por telefone celular e afirmou que está sendo colocado injustamente nesta situação. E explicou que o fato motivador da condenação pelo crime de falsidade ideológica é um termo assinado por todos os funcionários da Celesc. ClicRBS
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