Mendonça Neto
Um novo processo deu entrada na Justiça alagoana contra mim, perpetrado pelo meliante Renan Calheiros.
Quer dinheiro. Ataca a muitos jornalistas com ações de indenização por falaciosos danos morais.
Depois de escandalizar o Brasil com a descoberta de suas atividades criminosas, coberto pela repulsa nacional, agora, como as mulheres de vida fácil, passa a bolsinha nos cartórios judiciais, tentando, sob o manto do mais deslavado cinismo, recolher uns trocados na indústria dos danos morais inexistentes, ávido por aumentar seu patrimônio construído na mentira, na fraude e na hipocrisia. Quer pagar os uísques de suas farras com o salário honesto dos homens de bem que o enfrentam, em defesa do dinheiro público, abocanhado por ele e seus sequazes com avidez incontrolável.
Pensa intimidar-me e calar-me o verme de Murici. Incorre, talvez, no juízo de valor de sua própria covardia, a fabular mentiras para a explicação impossível de seu patrimônio desonroso, lastreado no desvio de dinheiro público ou nas propinas de empreiteiras sem escrúpulos. Não recuo, pilantra!
Não o respeito e não o temo. Engane e corrompa prefeitos bandidos de cidades governadas pela corrupção, que você gerencia com a esperteza e os tentáculos de uma organização criminosa que será, em breve, destruída pela sociedade e pelo povo.
A família incestuosa do crime organizado em Alagoas, de que você é o principal gerente e mascate, está, desgraçadamente, espalhada nos três poderes, enlameados por gente como você, cujo apetite pelo dinheiro alheio é uma fome insaciável. Mas o povo quer pegar você, quer vê-lo atrás das grades.
Os crimes de Antonio Albuquerque e de sua gang foram inspirados sob sua liderança deletéria e imoral. De certa forma, o "homem pequeno" é seu filho, na medida em que a família dos gatunos é uma só e você é o chefe principal dos gangsteres que você orienta, acoberta e estimula.
Você é um péssimo exemplo para as crianças e a juventude em busca de valores éticos a seguir na vida e que se aturde e desnorteia quando vê um senador da República praticando os mais condenáveis crimes contra o povo, o Estado, a família e a pátria, como que ensinando catedrático, numa escola do crime, que só se vence na vida pelo caminho da desonestidade, do cinismo e da falta de hombridade.
O sentimento de vergonha dos crimes que praticou você não tem, nem a aflição da alma que ataca os criminosos tocados pelo arrependimento e que não querem deixar a seus descendentes a herança de sua desgraça, da desgraça de seu nome infame e infamante.
Em investidas no interior você promete, outra vez, dinheiro para calar as consciências débeis. Dinheiro do Governo federal que você carreia não para o bem do povo alagoano, mas para a manutenção do carnaval de desonestidade que é a marca dos que o seguem e ainda o recebem. Você aprendeu a só viver corrompendo e se corrompendo.
Você envergonha qualquer casa em que entre e suja qualquer mão que aperte. Você desmerece a representação popular e conspira acintosamente contra os interesses honestos da coletividade e do povo espoliado.
Você é a encarnação dos piores instintos humanos: a cobiça sem freio, a frieza de um mineral, a hipocrisia de um fariseu, o cinismo de um psicopata. Você é uma vergonha para Alagoas e nenhum processo com que invista na tentativa de calar-me, mudará isto.
Você não presta, com processo ou sem processo. Você é o pior dos vencidos, é o vencido moral, que gosta do crime e o pratica com os gozos infernais de quem nasceu para ser bandido.
Você só engana aos que compra. Você só é recebido pelos de sua iguala moral. Não se iluda com as aparências falsas: os cidadãos de bem tem asco de tudo o que você representa nestes tempos de ignomínia e de resistência dos que não se dobram à sanha criminosa de uma minoria de sua marca, capaz de tudo para se locupletar e sujar as mãos, a honra e a vida.
A resistência começou e sua pirâmide criminosa começa a esfacelar-se. Gente como você e Antonio Albuquerque não tem mais futuro. E certamente o passado quem têm é digno da mais veemente condenação e do repúdio mais visceral.
É a consciência moral do povo contra vocês. Ninguém mais suporta a ostensiva vida criminosa de quem dilapida com a cara mais cínica o dinheiro de povo e suas cambaleantes - mas vivas- esperanças pela reconstrução moral de Alagoas. Que um dia virá como um facho invencível de claridade e alvorecer nesta noite de escuridão política infame em que vivemos no Brasil.
Em artigo para o EXTRA o advogado e ex-deputado constituinte José Costa externa sua indignação com uma Assembléia refém de criminosos que ele qualifica de desvairada. E muitos leitores pensam que um grande distúrbio mental acometeu estes bandidos por acharem que poderiam roubar à vontade e ficarem impunes. É um distúrbio mental chamado de safadeza crônica, alimentado pelos entrelaçamentos criminosos com tantos políticos safardanas que controlam a vida pública de Alagoas. Depois de devolverem o que roubaram, talvez, mereçam uma bateria de choques elétricos que os devolvam à realidade do cidadão comum, que trabalha, e muito, para pagar suas contas.
No ato em frente a Assembléia Lsgislativa, o orador que salvou os discursos, foi o pastor Wellington, do bairro do Pinheiro, de voz clara e limpa, perguntando quantos mais teriam que morrer e quantos milhões terão que ser roubados, ainda, para a justiça barrar a marcha batida do crime que estes políticos fazem para varrer os recursos da saúde, da educação e da segurança e metê-los no bolso.
Nas suas catilinárias contra Cezar, na Roma antiga, o grande orador Cícero perguntava da tribuna do Senado: “Até quando abusarás de nossa paciência?” Aqui, nas Alagoas, a paciência do povo com os desfalques de Renan. Albuquerque e toda essa máfia que desmoraliza a vida política, esta paciência está no limite.
Chega de tanta depravação política. José Costa chama de desvairada a Assembléia. É hora de dar um basta nesta loucura de sermos roubados e de vermos multiplicarem-se os homicídios, de braços cruzados.
A Justiça precisa ser célere. Homem do meu tempo tem pressa. O povo tem pressa e sede de justiça. A pressa dos aflitos, dos saqueados e dos indignados, que clamamos, todos, por esta Justiça dos homens, tão claudicante, tão atrasada e tão medrosa, tantas vezes. É hora de ouvir as ruas. Antes que as ruas atropelem as instituições. Antes do caos, que não serve a ninguém.
Não há mais tempo para ninguém fugir de sua responsabilidade.
Mendonça Neto, jornalista, escreve semanalmente para o Jornal Extra de Alagoas onde tem uma coluna fixa. É um dos mais ferrenhos críticos do senador Renan Calheiros e profundo conhecedor da política de alagoana.
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