terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Estréia federal


Goellner é suplente do falecido Jonas Pinheiro

O Senado Federal passa a ter um novo suplente a partir de amanhã. É o décimo quarto entre 81 senadores que chegam à Câmara Alta sem ter recebido um único voto.

Trata-se de Gilberto Goellner que ficará no Senado até 2010, em razão da morte do titular, Jonas Pinheiro (DEM-MT), na semana passada. O suplente, filiado ao Democratas, ficará num gabinete da Ala Senador Afonso Arinos, que ontem estava sendo preparado para receber o engenheiro agrônomo e empresário.

Para não fugir da tradição, o suplente também está envolvido com a Justiça. Ele teria desviado sementes transgênicas de algodão de pesquisas desenvolvidas pela Fundação Mato Grosso e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Goellner também é citado em outros três processos no Superior Tribunal de Justiça. Dois tratam de dívidas contraídas como empresário de uma empresa de importação, convertidos em títulos de crédito cobrados na Justiça. No terceiro, ele é vítima do falido Banco Santos, até antes da quebra comandado pelo globetrotter das artes Edemar Cid Ferreira. O gabinete de Jonas Pinheiro está sendo ocupado agora pelo tucano Marconi Perillo (GO). Ucho.info

Comentário: Em 11/07/2007 a Folha de S.Paulo publicou carta de minha autoria sobre os suplentes. De lá para cá, a única coisa que mudou foi a quantidade de suplentes. Uma vergonha. Segue o texto da carta:

Com os representantes que temos no Congresso, tudo é possível. A questão dos suplentes no Senado Federal chega à beira do absurdo. Que representatividade essa gente tem? Que autoridade moral tem um indivíduo desses, comum ao extremo, muito mais do que nós, simples eleitores que pelo menos destinamos o nosso voto a um candidato que “até prova em contrário”, conhecemos?!

Essas figuras, eminências pardas em todos os sentidos, não levaram um voto sequer e ainda acham que podem fazer tudo, tudo mesmo como se de fato nos representassem.
Não conheço esse pessoal. Não conheço e não aceito sua representatividade. Sim, é lei, tem que ser cumprida. Mas nem tudo o que é legal é moral. E no esteio da moralidade, a figura do suplente é de estarrecer. Não se vê essa situação nem nos parlamentos de países “mais atrasados” do mundo. Quem é o suplente, afinal?

Entre outros, destaco os seguintes “representantes do povo”: Wellington Salgado, suplente do senador Hélio Costa. Dono de escolas, faculdades, enfim..., sem compromisso com um eleitor sequer. Desfila pelos corredores do Senado como se fosse dono da cocada preta. E foi “escolhido” para relator do caso Renan no Conselho de Ética. Tiro no pé! Sibá Machado, suplente de Marina Silva, ministra do Meio-Ambiente. Foi escolhido para presidente do Conselho de Ética. Ficou com medo da pressão e jogou a tolha. Adelmir Santana, suplente de Paulo Octávio, vice-governador do Distrito Federal. Eleito vice-presidente do Conselho de Ética, muito engraçadinho, adora contar piadas sem graça. E querem enganar a população com a afirmação de que não existem cartas marcadas nessa questão do Renangate?

Outros: José Nery, suplente da gritona, agora governadora do Pará, Ana Lúcia Carepa. Ex-petista, revoltado, lê agora a cartilha de Heloísa Helena. Paulo Duque, suplente de Sérgio Cabral, atual governador do Rio de Janeiro. Quer se esconder dele? É só ir ao Senado Federal. Neuto de Conto, suplente de Leonel Pavan, atual vice-governador de Santa Catarina. Um ilustre desconhecido que até hoje não aprendeu a falar a palavra AFTOSA, isso porque é do ramo agropecuário e também já foi secretário da Agricultura no Estado que diz representar. João Tenório, suplente e cunhado do agora governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho. Todas essas figuras estão fazendo no Senado Federal realmente o que não prometeram fazer em lugar nenhum: NADA.

Que me perdoem os “cientistas” políticos (especialistas que se aprimoram em falar muito em épocas de eleições e não acertam um palpite sequer), mas o que se verifica na Câmara dos Deputados, com toda a folia de venda de votos, corrupção, etc., é muito mais coerente. Pelo menos lá o suplente tem representatividade, são candidatos que concorreram nas eleições e de acordo com a ordem decrescente da votação obtida, podem assumir a vaga do titular no caso de seu impedimento, por qualquer motivo que seja. E isso deveria se aplicar ao Senado.

Um exemplo dessa verdadeira barbaridade e pouco caso com o nosso voto, além de uma série de situações anômalas que não chegam ao conhecimento público (infelizmente a TV Senado não chega a maioria dos lares brasileiros), é o do senador Mão Santa (PMDB-PI) que escolheu como suplente nada mais nada menos do que sua própria mulher, a quem candidamente trata por Adalgizinha. Pode?!
Atenciosamente.
Jorge Oliveira
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