Fortes emoções podem estar à nossa espera esta semana.
A ministra Dilma Roussef continua no centro do escândalo da confecção e divulgação de um dossiê com as despesas pessoais do ex-presidente Fernando Henrique e da ex-primeira dama Ruth Cardoso.
Depois da desastrada e desastrosa entrevista concedida na quinta-feira passada, Dilma foi praticamente obrigada pelo Palácio do Planalto a convocar a Polícia Federal para esclarecer, inicialmente, o vazamento das informações.
O problema é que a Polícia Federal não finge, ela realmente investiga. E pode descobrir alguma coisa que não interesse ao governo ver divulgada. Por exemplo, quem ordenou a elaboração do dossiê, quem alimentou os computadores, com que motivações.
Tudo isto fica ainda mais apimentado com a provável instalação, amanhã à tarde, da CPI exclusiva do Senado, para investigar o uso dos cartões corporativos.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves, não tem como escapar do tema. O requerimento que pede a instalação da CPI está correto, não contém nenhuma irregularidade constitucional ou regimental, conta com número suficiente de assinaturas e aponta fato determinado a ser investigado.
No Senado, a maioria governista é muito menos sólida do que na Câmara. Apesar do grande número de suplentes que compõem a tropa de choque do governo (são 16 senadores sem-voto, 19,75% da casa), a oposição é bastante ativa, e alguns senadores de partidos da base governista alinham decididamente ao lado da oposição: Jarbas Vasconcelos e Mão Santa, por exemplo.
De vez em quando, mesmo Pedro Simon, Jefferson Péres e Cristóvam Buarque votam contra o governo. Portanto, é bastante provável a convocação da ministra Dilma Roussef para prestar esclarecimentos na CPI. Aliás, nesse último fim de semana, o Planalto mudou de idéia e passou a considerar conveniente a ida da ministra à CPI.
Tudo o que o Planalto não deseja é ver Dilma Roussef transformada em Antônio Palocci. Mentiu diversas vezes, inclusive em comissões do Congresso, e depois foi definitivamente desmentido por um humilde caseiro.
Antes que algum Francenildo apareça para desmentir as (inúmeras) versões da ministra Dilma, o Planalto considera que uma ida da ministra à CPI poderá, senão acalmar inteiramente os ânimos, pelo menos jogar água na fervura.
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(*) Ucho Haddad Após décadas de jornalismo, a maior parte do tempo dedicado
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Há 2 dias
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