Vic Pires não revelou detalhes do gasto, que é considerado sigiloso.
O deputado Vic Pires Franco (DEM-PA) apresentou na sessão desta terça-feira (8) da CPI mista dos Cartões a informação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria feito um gasto de US$ 8.710,00 com alimentação durante uma viagem internacional de apenas dois dias. Ele não revelou detalhes do gasto, que é considerado sigiloso. A base aliada protestou contra a divulgação.
A Assessoria de Imprensa da presidência explicou ao G1 que não comentaria a divulgação dos gastos, por considerar que estes seriam sigilosos, como quaisquer dados referentes ao presidente e seus familiares.
Chiadeira
Parlamentares da base reclamaram da ação de Vic. O deputado Carlos Willian (PTC-MG) afirmou que a oposição está tendo acesso a informações sigilosas e que a Polícia Federal precisa investigar de onde vêm esses documentos.
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), criticou a “espetacularização” dos gastos sigilosos. Fontana afirmou que a oposição estava se contradizendo ao usar essa informação enquanto questiona o suposto dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Não se pode fazer política com dois pesos e duas medidas”.
Fontana afirmou ainda que ao descer ao nível de detalhe da alimentação de servidores a CPI estaria rebaixando a política. “Não podemos ir de tapioca em tapioca, de comidinha em comidinha, com um rebaixamento interminável da política”. A menção à tapioca diz respeito a uma compra feita pelo ministro Orlando Silva (Esportes).
Félix afirmou que para retirar qualquer sigilo dos gastos com cartões corporativos deverá ser analisado cada gasto em separado. “É difícil descer a um detalhe. Se o gasto permite identificar vulnerabilidade ou rotina, deve ser considerado sigiloso. Agora, como diferenciar? Teríamos que analisar gasto por gasto, esses 20 centavos são sigilosos, esses outros 40 centavos não”, disse Félix.
O general defendeu a manutenção do sigilo dos gastos realizados com cartões corporativos da Presidência da República. O ministro julgou ser prudente também manter o sigilo em outros casos, como nos gastos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Félix destacou que o sigilo das informações não as deixa imunes à fiscalização. “O sigilo das informações não se confunde com ausência de controle. A prestação de contas segue o processo normal”, disse o general.
Ele deixou claro que se tiver de escolher entre “transparência” e “segurança” optará pela segunda alternativa. "Se tivermos de exagerar para um lado será para o de proporcionar o maior grau de segurança possível. Tudo que possa contribuir para aumentar o risco deve ser considerado sigiloso”. Portal G1
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