Indagado, na manhã desta terça-feira, sobre declarações do vice-presidente José Alencar favoráveis a um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, afirmou discordar da idéia. Para ele, o terceiro mandato é um passo para o autoritarismo e a falta de alternância no poder não serve ao Brasil.
- Eu respeito muito o José Alencar. Até gostaria de estar a favor da sua opinião, mas sou contra. Porque sou contra a continuidade dos mandatos, mesmo que se passe pelo veredicto popular. É um passo para o autoritarismo. Nós poderíamos ter uma falta de alternância no poder e, a meu ver, não estou aqui fazendo comentário sobre o presidente Lula, mas a meu ver, não serve ao pais esse continuísmo. Nós temos que ter a alternância no poder. Sem ela, vamos facilmente derivar para um regime autoritário.
Garibaldi observou que sua opinião sobre esse assunto remonta de longa data e não é calcada no que acontece atualmente, quando representantes do PT defendem o terceiro mandato abertamente.Em sua avaliação, o próprio presidente Lula tem dito que não deseja esse terceiro mandato, opinião que Garibaldi reputa como sincera e merecedora de respeito.
- O presidente tem realmente dito que não quer o terceiro mandato e é preciso acreditar nele, principalmente em uma questão como essa, tão vital para o país. Eu acho que essa questão é decidida por ele, por mais que uma parcela do PT, líderes de expressão, possam querer. Quem vai decidir isso é o presidente.
- Esse debate pode atrapalhar os trabalhos do Legislativo?
- Não. Por ora, não, não está em debate nenhuma emenda que venha trazer isso para o centro dos acontecimentos. Enquanto estiver só nas cogitações pode atrapalhar, mas atrapalhar vocês, da imprensa. Vocês podem se enrolar nisso, mas aqui só se tiver uma proposta concreta, que não existe e nem existirá enquanto o presidente persistir nessa opinião. Porque, nessa hipótese, quem vai mandar a mensagem é o próprio presidente e eu acho que ele se constrange em mandar isso.
Garibaldi foi questionado também se a eleição do novo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, significará mais "uma pedra no sapato" do presidente Lula, já que Lugo pleiteia a revisão do acordo da binacional Itaipu.
- Eu estou convencido que o novo governo do Paraguai, até mesmo se não fosse o atual, se fosse a candidata do governo, eles quereriam rever o tratado de Itaipu, que segundo eles é muito favorável ao Brasil, um contrato leonino a favor do Brasil. Eu creio que as autoridades brasileiras e as paraguaias haverão de se entender. O governo brasileiro está mantendo a opinião de que o acordo não deve ser revisto. Eu não tenho elementos, informações, mas se o nosso governo afirma que não deve ser revisto, eu prefiro ficar com o nosso governo, acreditar nele, do que no governo do Paraguai.
Garibaldi falou ainda de sua expectativa para os trabalhos legislativos desta semana, assinalando que sua prioridade agora é destrancar a pauta, que está bloqueada por três medidas provisórias.
- Infelizmente, as medidas provisórias estão aí. Enquanto elas perdurarem, nós vamos ter essa dificuldade. Ainda bem que estamos perto de ter uma mudança que eu espero seja significativa. Já foi dado o primeiro passo com a aprovação, pela comissão especial da Câmara, de uma proposta já votada no Senado. Mas ainda falta a deliberação do Plenário da Câmara, que, eu espero, vai aperfeiçoá-la, a fim de limitar mais essa fúria do governo, essa enxurrada de medidas provisórias que continuam a chegar aqui. A minha esperança é que se mude a proposta lá. Se eu pudesse, eu iria criar o movimento "Muda Câmara", para evitar que o Senado ainda tenha que se pronunciar sobre uma proposta que já saiu daqui. Agência Senado
Comentário: Enfim, 'Mazzaropi' começou a falar. Salve!
Você já parou para pensar no que realmente é uma crise de pânico?
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(*) Lêda Lacerda Muitas vezes, quem nunca passou por uma dessas
experiências pode ter dificuldade em compreender a intensidade do que
acontece com a pessoa...
Há 14 horas
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