terça-feira, 11 de março de 2008

Senadores criticam ação policial em apartamento de ACM, em Salvador

Senadores governistas e da oposição reagiram nesta terça-feira à decisão da Justiça de Salvador de autorizar a entrada de policiais no apartamento do senador Antônio Carlos Magalhães, morto no ano passado. Os policiais entraram no apartamento para fazer um levantamento do bens materiais deixados pelo parlamentar. A Justiça teria acatado pedido da filha de ACM, Teresa Magalhães, que estaria disputando com demais familiares parte da herança do senador.

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), designou comissão para encaminhar à Mesa Diretora sugestões que possam ser tomadas pelo Senado para evitar constrangimentos à viúva de ACM, Arlete Magalhães --que é mãe do senador Antônio Carlos Magalhães Junior (DEM-BA), suplente do pai.

"Quero designar comissão composta dos senadores José Agripino (DEM-RN), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Ideli Salvatti (PT-SC) e, com a solidariedade dos outros líderes, vão encaminhar a essa presidência as sugestões a respeito de providências que o Senado deve tomar em solidariedade à família deste que foi um dos grandes presidentes desta Casa, o senador Antônio Carlos Magalhães", disse Garibaldi.

Os senadores dedicaram mais de uma hora da sessão plenária desta tarde para repudiar a ação do apartamento do ex-presidente do Senado. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), criticou o fato de a decisão ter sido expedida pela juíza Fabiana Andréa Almeida Pellegrino, esposa do deputado federal Nelson Pellegrino (PT-BA).

"É um absurdo que uma juíza, mulher de um deputado do PT, não se considere impedida de autorizar uma ação como essa. O Senado está obrigado a manifestar sua solidariedade à família do ex-senador. Repudiamos esse gesto porque agride a pessoa humana", enfatizou.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que todos os parlamentares estão solidários à viúva de ACM. "Este fato, apesar de ser da Justiça, deve ser averiguado", afirmou. Já o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) disse que "o Senado tem que reagir contra essa brutalidade e violência que ocorreu em Salvador".

A juíza teria ordenado a ação no apartamento antes do fim do prazo de 48 horas concedido à viúva de ACM para repassar às Justiça as informações referentes ao espólio do senador. Policiais e advogados da filha de ACM teriam arrombado a porta do apartamento, uma vez que Arlete Magalhães não estava em casa.

Irritação

Os sucessivos repúdios à ação no apartamento da viúva de ACM provocaram a irritação de Garibaldi. Depois de designar a comissão para discutir providências a serem tomadas no caso, o presidente do Senado perdeu a tradicional calma ao não conseguir dar início às votações no plenário devido a novos apelos de senadores que gostariam de criticar a ação da Justiça baiana.

"Não será dessa forma que nós vamos prestar solidariedade que merece a senhora Arlete, genitora do senador Antônio Carlos Junior. Eu não vou mais conceder a palavra a nenhum senador", enfatizou Garibaldi.

Após o protesto de alguns senadores, Garibaldi conseguiu dar início às votações no plenário do Senado. Folha On Line
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