Raúl Castro é recebido por Lula na Costa do Sauípe, Bahia
O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou nesta terça-feira, 16, que a crise internacional foi o resultado de uma "ordem econômica injusta e egoísta" e é um obstáculo para a integração econômica da América Latina. Em sua participação na reunião de cúpula do Mercosul, Raúl transmitiu as saudações do "companheiro Fidel", seu irmão, de quem recebeu oficialmente a condução do país no ano passado, depois de quase 50 anos de governo. Ao contrário de Fidel, conhecido por longos pronunciamentos, Raúl leu um brevíssimo discurso, no qual evitou se confrontar diretamente com os Estados Unidos
"Sabemos que o propósito reúne esforços, tem no caminho obstáculos nada desprezíveis, entre eles os efeitos de uma ordem econômica internacional injusta e egoísta que favorece os países desenvolvidos e os interesses das grandes corporações transnacionais", disse. Nesse sentido, o presidente cubano disse que a crise financeira e econômica atual é a "manifestação mais grave e indubitável" do sistema. "A vontade de integração na América Latina tropeça também nas reconhecidas desigualdades nos níveis de desenvolvimento, na insuficiente infra-estrutura, nas grandes injustiças sociais e nas imensas disparidades de receita", advertiu.
No entanto, Raúl Castro disse que Cuba também observa com satisfação os passos para avançar rumo à integração, com políticas que dão prioridade a programas sociais e de infra-estrutura, à complementação econômica e produtiva, e à redução das assimetrias.
Na noite de segunda, ao chegar ao balneário baiano, ele já havia disparado um recado sobre a questão do embargo a Cuba, por meio da imprensa. Afirmou que pretende discutir a questão com os EUA se o futuro presidente americano, Barack Obama, se dispuser. "Se o senhor Obama quer discutir, discutimos. Se não quer discutir, não se discute", afirmou. "É cada vez mais difícil manter Cuba isolada. Nós somos pequenos, mas demonstramos que não é possível nos dominar facilmente", completou. Estadão Online
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