Cansado de ver sua mercearia furtada três vezes em dois meses, o comerciante A. P. R, 56 anos, de Araçatuba, desistiu de procurar a polícia e chamou o ladrão. Na semana passada, ele conversou com um jovem que freqüenta o bairro e um dia depois, recebeu de volta o rádio-relógio, a TV, R$ 89,00 e a porção de mercadorias furtada do seu estabelecimento.
"Das outras vezes a polícia não conseguiu reaver nada", disse ele. "Eu nem ia à polícia, mas lembrei que da outra vez, esse rapaz me disse que se eu quisesse, ele poderia me ajudar. Eu aceitei", contou o comerciante. Segundo a PM, o rapaz que ajudou o comerciante já foi preso por uso de entorpecente e é suspeito de traficar drogas no bairro. O comerciante disse desconhecer a atividade do jovem que o ajudou.
Numa outra cidade, de 30 mil habitantes, no oeste de São Paulo, os militantes do PCC decidiram socorrer a moradora de um bairro que teve a casa furtada. "Ela nos contou que tinha sido furtada e decidimos ajudá-la", conta C. M. O., 26 anos, que atua como "disciplina" na cidade. "Disciplina" é um coordenador do PCC encarregado de cuidar das tarefas da facção, como tráfico, recolhimento do dízimo e, como o próprio nome diz, da disciplina dos "irmãos", como são chamados os militantes da facção (PCC).
"Recuperamos tudo para ela e ela até queria nos pagar, mas não aceitamos", conta C.M.O. Para ele, "os moradores procuram o 'partido' porque não acreditam que a polícia possa ajudar", diz. Segundo ele, a moradora chegou a procurar a polícia, que não encontrou os autores do furto.
"Nós o encontramos e demos advertência para o moleque, para ele nunca mais ir ao bairro, pois atrapalha nossos negócios, atrai a polícia; da próxima vez, damos um corretivo nele", contou. (Chico Siqueira - Redação Terra)
Comerciante e moradora recorrem ao PCC
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