O jornalista Francisco Roberto Cabrini, de 47 anos, da TV Record, detido com cocaína ontem à noite na zona sul da Capital paulista, enviou uma carta à imprensa na qual alega estar sendo "vítima de uma armação, em virtude de estar investigando assuntos que incomodam a muitas pessoas". Cabrini explica que essa investigação está relacionada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), caso em que diz atuar há dois anos.
"Jamais parei de investigar (o caso do PCC) e, apesar das inúmeras pressões, sempre tive certeza da autenticidade da entrevista que efetuei em maio de 2006 com o líder da facção, Marcos Camacho", afirma na carta. O jornalista conta que uma fonte lhe procurou para entregar fitas relacionadas ao caso. "Neste material, o líder confirma a autenticidade da entrevista e fala sobre os fatos que envolveram os ataques de 2006."
Ainda segundo Cabrini, ele já havia assistido a 40 segundos da gravação e fontes do PCC disseram que "esclarecimentos sobre o que aconteceu durante os ataques só poderiam ser feitos quando sua revelação não representasse riscos à integridade física de vários detentos". Três DVDs seriam entregues ao jornalista na zona sul de São Paulo, ontem, em encontro marco com uma fonte. "Ao invés de receber fitas, houve, sim, uma abordagem policial."
E conclui: "Apesar de tudo, comunico que sempre protegi e protegerei minhas fontes, afinal considero o respeito entre fonte e jornalista um dos princípios mais sagrados da minha profissão."
Estadão On Line
Cabrini alega ter sido vítima de 'armação'
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